sexta-feira, 4 de novembro de 2011

ARQUEOLOGIA DO EGITO - O GRANDE IMPÉRIO


O IMPÉRIO DO EGITO

A civilização egípcia surgiu no meio do deserto há mais de cinco mil anos. Um deserto terrível ao norte da África. A única explicação para se desenvolver uma civilização debaixo de um sol escaldante é a existência do Nilo. Ele nasce na África Central e vai atravessando todo deserto até desaguar no mar Mediterrâneo. Todos os anos, na mesma época, ele enche e transborda suas águas alagam vastas áreas, ocorrendo o milagre da natureza naquelas partes inundadas. Ali fica depositada uma espessa camada de húmus (matéria orgânica), formada por folhas e plantas que caem naturalmente no rio. Quando esses vegetais se decompõem, transformam-se em húmus, fertilizando toda a terra e tornado-a excelente para o plantio. Por essa razão o Vale do Nilo tornou-se uma das regiões mais férteis do mundo.

Os egípcios foram grandes construtores, erguendo casas e palácios com tijolos e madeira, recursos técnicos que talvez tenham sido trazidos da Mesopotâmia. Eram hábeis na arte de esculpir em pedras, na fabricação de jóias em ouro, pedras semipreciosas e esmaltes, além de descobrirem o papiro, que servia para a escrita. Desenvolveram conhecimento da medicina e iniciaram investigações matemáticas, mais tarde desenvolvidas pelos gregos. Porém, onde os egípcios mais se destacaram foi na construção de pirâmides, que em geral eram túmulos em honra dos faraós. Contando com materiais rudimentares, porém, com fartura de mão-de-obra, construíram verdadeiros monumentos de arquitetura como as pirâmides de Quéfren, Quéops e Miquerinos, que ficam na cidade de Gizé.

O deserto tinha uma vantagem, ajudava a defender os egípcios. Durante séculos nenhum povo estrangeiro teve coragem de atravessar aquelas centenas de quilômetros de areia debaixo do sol tórrido para invadir o Egito.

Os reis eram chamados de faraós e considerados verdadeiros deuses na terra. O rei era incontestável, rico e servido por milhares de pessoas. Abaixo dele havia uma espécie de primeiro-ministro, que ele mesmo nomeava e administrava o reino e comandava os exércitos.

Os historiadores dividem a história do Egito antigo em três períodos: Antigo Império, que vai de 3200 a 2200 a.C.
Médio Império, que vai de 2200 a 1750 a.C.
Novo Império, que vai de 1580 a 1085 a.C.

No Antigo Império, os faraós que sucederam Menés reforçaram o poder real. Cada faraó se tornava mais poderoso que o anterior. Nessa Época foram construídas as grandes pirâmides no deserto de Gizé.

Apesar dos esforços para manterem a hegemonia, os faraós não conseguiram submeter totalmente os nobres que governavam as províncias debaixo de sua autoridade. Por isso viviam em constantes conflitos internos que levaram o país ao enfraquecimento, tornando-o vulnerável aos ataques externos. Nenhum faraó conseguiu impor sua vontade sobre todo o Império.


De meados do século XXII até cerca de 2000 a.C., o Egito mergulhou em um período obscuro conhecido por Primeiro Período Intermediário, caracterizado pela desunião e, por vezes anarquia. O ordem foi restaurada quando Mentuhotep reunificou esse pais, e Amenemhet I fundou a dinastia XII, dando início a um período de dois séculos de desenvolvimento.

A dinastia XII criou amplas relações comerciais com a região siro-palestina e é o período mais provável para os contatos iniciais entre o Egito e os patriarcas hebreus. Pelas estimativas mais conservadoras, Sesóstris III seria o faraó que elevou José ao alto posto administrativo. Outras tendem a datar a emigração dos israelitas para o Egito no Período dos Hicsos. Estes eram povos semitas que começaram a chegar ao Egito (principalmente na região do delta) já no Primeiro Período Intermediário. Quando a dinastia XIII trouxe declínio gradual, os reinos de poder acabaram caindo nas mãos dos hicsos (ainda não se pode determinar se isso aconteceu por conquista, golpe ou consentimento), que por sua vez controlaram a Egito de meados do século XVIII a meados do século XVI a.C. Foi neste período que os israelitas começaram a prosperar e a se multiplicar na região do delta, aguardando o cumprimento das promessas da aliança.

Após quase dois séculos de domínio estrangeiro nas mãos dos hicsos, os egípcios começaram a retomar o controle da nação. Em sua explosão de nacionalismo, os hicsos foram expulsos da terra, e a dinastia XVIII foi estabelicida sob o domínio da faraó egípcio Ahmose. Talvez na reação aos estrangeiros, os israelitas foram escravizados pelo regime recém-estabelecido. É importante observar que os egipcios não temiam o poder militar dos israelitas, mas sim a união destes com o inimigo e fuga (Ex 1.10). Os egipcios não queriam que os israelitas partissem, talvez por dependerem economicamente deles de alguma forma (Gn 47.6).

Nas dinastias XVIII e XIX, o Egito atingiu o auge do poder político, embora com períodos de declínio. Tumósis III, na primeira parte do século XV a.C., estendeu o controle territorial egípcio além da Palestina até Cades, no Orontes, na Síria. Ao sul o Egito subiu o NIlo e incluiu alta e baixa Núbia entre suas conquistas. O filho e sucessor de Tutmósis III, Amenotep II, é identificado como o faraó do Êxodo pelos que favorecem a data do século XV para esse acontecimento.

EGITO GREGO

Quando Alexandre, rei da Macedônia morreu em 323 A.C., o Egito era parte de seu vasto Império, e passou ao controle de um de seus generais de confiança, Ptolomeu Lagos, que já fora seu governante. Em 304 a.C., Ptolomeu era soberano do Egito, e seus descendentes reinaram por 300 anos. A era "Lágida" transcorreu em uma época na qual a cultura grega tinha profunda influência no Oriente Médio e Mediterrâneo, movimento conhecido como helenismo. Houve estabilidade, reforma e aperfeiçoamento na posse da terra e tecnicas agrícolas. Organizaram-se os governos regionais utilizando o sistema egípcio de províncias administrativas, os nomos.

Com apurado faro para os negócios, os Ptolomeus também começaram a substituir o escambo (troca de bens) por uma forma primitiva de sistema monetário, criaram o monopólio real de alguns produtos e exploraram com zêlo as oportunidades comerciais. Tudo isso trouxe um progresso grandioso ao Egito. Ptolomeu I mudou a capital egípcia de Mênfis para Alexandria, nova cidade portuária fundada por Alexandre. A capital permaneceu em Alexandria por 900 anos. Alexandria tornou-se próspero símbolo da dinastia Lágida. A localização no norte abriu o Egito para o comércio e cultura do Mediterrâneo. Com a lendária Biblioteca de Alexandria, a cidade passou a ser o centro mundial da erudição grega.

Os Ptolomeus não impuseram sua cultura aos egípcios. Enquanto a classe dominante desfrutava de estilo de vida grego, nas demais camadas sociais a cultura egípcia continuava inalterada. Além disso, governantes gregos se apresentavam como monarcas nativos, assumindo títulos de faraó. Construíram templos no estilo grego nos quais adoravam deuses locais. A cultura paralela grego-egípcia é ilustrada pela Pedra de Roseta, em que há texto escrito em grego, egípcio demótico e hieróglifos.

SOB O DOMÍNIO RAMANO

Em meados do século I d.C., disputas pela liderança enfraqueceram a dinastia dos Ptolomeus. Roma se intrometia cada vez mais nos assuntos egípcios e, nessa época controlava efetivamente o país. A independência foi completamente perdida em 30 d.C., quando Cleópatra, última soberana ptolomaica, se aliou ao lado perdedor na luta pelo poder na República Romana. Otaviano, líder romano vitorioso, incorporou o Egito como domínio pessoal.

Alexandria continuou a prosperar e tornou-se centro de convergências de rotas comerciais romanas. Também permaneceu como centro de cultura grega, visitada por eruditos de todo o mundo de lingua grega. No início do domínio romano romano, o governo egípcio manteve forte cultura grega, mas o título de faraó passou a ser asssociado ao imperador distante de Roma. Cada vez mais, entretanto, as influências romanas se consolidaram. Romanos mantiveram o sistema de administração ptolomaico, mas introduziram gradualmente práticas na agricultura e vida cotidiana. Com a decadência do poder de Roma a partir do século IV d.C., o Egito ficou sob influência do cristão Império Romano do Oriente, baseado em Constantinopla (antes Bizâncio, hoje Instambul), e trasformou-se em caldeirão de idéias religiosas.

EGITO CRISTÃO

Durante o século I d.C., o cristianismo chegou ao Egito. No final do século IV o cristianismo era religião oficial oficial do Império Romano; no século VI o Egito seguia fortemente o cristianismo. Os egípcios tornaram-se devotos da Igreja Copta, que acabou se tornando a principal Igreja Cristã do Egito de maioria muçulmana. Os coptas são "monofistas", ou seja, creêm que Jesus teve apenas natureza divina e não as duas, humana e divina. Em 451 d.C., a Igreja Cristã, no Concílio de Calcedônia (atual Turquia), rejeitou a doutrina "monofista". Mas os coptas egípcios continuam a segui-la.



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