sábado, 21 de janeiro de 2012

Hermenêutica Parte 2 - Auxílios Externos




A época e a cultura do autor e dos seus leitores: fatores geográficos, topográficos e  políticos, a ocasião da produção do livro. A questão mais importante do contexto histórico tem a ver com a ocasião e o propósito de cada livro.

1 INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA E GEOGRÁFICA:

O interprete deve descobrir as circunstâncias para um determinado escrito vir à existência. É necessário conhecer as maneiras, costumes, e psicologia do povo no meio do qual o escrito é produzido. A psicologia de uma pessoa inclui suas idéias de cronologia, seus métodos de registrar a história, seus usos de figura de linguagem e os tipos de literatura que usa para expressar seus pensamentos.

Condições Geográficas e Meteorológicas. Os povos antigos viviam limitados por sua geografia local, pelo clima em que viviam e pela fertilidade das terras que ocupavam. O temor da fome, entre outras coisas, produziu a adoração às forças da natureza, o sacrifício de crianças a certos deuses, cujos favores buscavam, além de outras coisas desse jaez. Para os cananeus, Baal era o deus da chuva, que cuidaria das terras e as tornaria férteis. Os poderes do relâmpago e do trovão, além de outras forças naturais, não eram entendidos. Esses poderes eram atribuídos a seres divinos, bons ou maus. Isso originou todo o desenvolvimento de uma teologia primitiva, completa com deuses de todas as espécies, que controlariam todas as facetas das atividades humanas.

Precisamos saber algo sobre os próprios hebreus, além de entender porque acreditavam em certas coisas e faziam certas coisas. Ao estudarmos a história de um povo qualquer, temos de compreender o meio ambiente em que eles viviam, bem como toda a sua formação
Visto que a Bíblia é um documento histórico e a igreja é um movimento histórico, a exegese histórica é importante tanto para compreender a mensagem bíblica como para determinar seu significado na atualidade. Questões de data, autoria, antecedentes e circunstâncias são essenciais à tarefa de preparar sermões bíblicos. “Quanto mais conhecermos as condições político-religiosas e socio-econômicas sob as quais foi escrito certo documento, tanto melhor poderemos compreender a mensagem do autor e aplicá-la de acordo com isso.”

2. O CONTEXTO LITERÁRIO:

As palavras somente fazem sentido dentro das frases, e estas em relação às frases  anteriores e posteriores. Devemos procurar descobrir a linha de pensamento do autor. O que o autor  está dizendo e por que o diz exatamente aqui?

Reconhecer o que o autor tenciona dizer:
Quando Jesus disse “Eu sou a porta” entendemos essa expressão como comparação. “Quando Ele disse: Vê e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus”, sua intenção era que a palavra fermento simbolizasse a doutrina de grupos. Quando disse ao paralítico: “levanta-te, toma o teu leito, e vai para a tua casa”. Ele esperava que o paralítico obedecesse.

3. INTERPRETAR LEXICAMENTE E SINTATICAMENTE (DICIONÁRIOS).

É conhecer a etimologia das palavras, o desenvolvimento histórico de seu significado e o seu uso no documento sob consideração. Esta informação pode ser conseguida com a ajuda de bons dicionários. o uso dos dicionários, deve notar-se cuidadosamente o significar-se da palavra sob consideração nos diferentes períodos da língua grega e nos diferentes autores do período.

Visto que a Bíblia foi escrita em hebraico e grego (e algumas partes em aramaico) o ministro que não conhece essas línguas se encontra numa posição desvantajosa. Não basta achar num dicionário o termo equivalente em português a uma palavra hebraica ou grega.

“O ministro que deve possuir adequadas habilidades lingüísticas para fazer uso de tais auxílios lexicais como comentários, concordâncias e dicionários teológicos, contanto que compreenda o seu objetivo e saiba como incorporar as informações no sermão.”

Com o conhecimento de alguns significados o sermão de um pregador será extremamente enriquecido. Exemplo: Abraão – pai de muitos povos; Dalila – mulher dócil.

O interprete deve conhecer os princípios gramaticais da língua na qual o documento está escrito, para primeiro, ser interpretado como foi escrito. A função das gramáticas não é determinar as leis da língua, mas expô-las. O que significa, que primeiro a linguagem se desenvolveu como um meio de expressar os pensamentos da humanidade e depois os gramáticos escreveram para expor as leis e princípios da língua com sua função de exprimir idéias.  Para quem deseja aprofundar-se é preciso estudar a sintaxe da gramática grega, dando principal relevo aos casos gregos e ao sistema verbal a fim de poder entender a estruturação da língua grega. Isto vale para o hebraico do Antigo Testamento.

O estudioso também deveria consultar não apenas uma, mas muitas traduções, para então julgar os seus méritos comparativos, quanto a casos específicos. Deveria ter cuidado para evitar envolvimento na manipulação sofista de vocábulos ou expressões hebraicas e gregas. Quase qualquer coisa pode ser ensinada, e através da manipulação indevida dos textos. As próprias traduções oficiais, algumas vezes, envolvem-se nesse tipo de atividade. Consideremos os muitos sermões que têm sido pregados com base nas supostas diferenças entre AGAPÃO e PHILÉO (palavras essas que são meros sinônimos), na tentativa de explicar o trecho de João 21:15ss.

Sugestões de Leitura.
          A bíblia explicada – CPAD; A bíblia vida nova – Russel P. Shedd; A pequena enciclopédia da bíblia – O S. Boyer; Esboço de teologia sistemática – Langston – Juerp;  Geografia bíblica  - Osvaldo Ronis – Juerp;  Introdução ao estudo do novo testamento grego – W. C. Taylor; Manual de hermenêutica sagrada A Almeida Casa Editora Presbiteriana; comentário bíblico de Moody – Imprensa Batista Regular; Hermenêutica avançada Princípios e processos de interpretação bíblica Ed vida.

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